quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Toque



Toque

Não falarei de rosas ou crisântemos
nesse mundo devastado pela chuva,
onde tropeço em esqueletos
alinhados no chão.
Chamo corrupção
a esse mal insano
cortado em róseas auréolas
mastigadas a sangue frio
bem à frente dos meus olhos,
na mesma rua onde moro.


Seja qual for meu protesto
contra as histórias sem futuro,
assisto bocas sem dentes
que sorriem ao falso riso.
Chamo incultura
aos sonhos obesos
plantados em terra de fins lucrativos,
mas cortados prematuramente
ao surgir do novo amanhecer
por cimitarras desprovidas de ética.

Lembram-se – ao menos –
daqueles que tocaram?


Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 18 de julho de 2011 – 3h49

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